terça-feira, 24 de maio de 2011

PRÓLOGO


A natureza: aranha, abelha e Psychotria myriantha. Encontre-as!


Como bióloga sempre tive a sensação de ter escolhido uma profissão frustrante, pois nunca o ambiente estará no equilíbrio sonhado por um biólogo, ou pela maioria deles. Para início de conversa seria preciso extirpar da terra alguns bilhões de seres humanos. Cruel né . . .

Contudo sei que o homem quanto ser vivo faz parte da natureza, e embora muitos acreditem que não, está sujeito as leis que a regem. E se o Homo sapiens sapiens sobreviveu e se multiplicou de tal forma foi através de sua “competência” de suplantar algumas leis da natureza usando sua habilidade intelectual de desenvolver tecnologia e de usá-la a seu favor. A capacidade de reflexão do ser humano faz com que ele se coloque acima dos outros seres vivos, o ser mais especial, o topo da evolução responsável por tudo, dissociando-o do mundo natural e o vendo como sua fonte de recursos para manter a sua sociedade cheia de regras, leis índices de desenvolvimento, querendo compreender tudo, explicar tudo, salvar tudo. . .

Acho que por nos acharmos especiais e por termos capacidade de reflexão, nós sentimos culpados, talvez nem todos, por utilizar indiscriminadamente os recursos naturais e queremos remediar isso com medidas compensatórias. Queremos remediar o que fizemos, mas também não queremos abrir não de uma série de confortos que a nossa capacidade intelectual nos proporcionou, mesmo que isso signifique continuar a explorar de forma indiscriminada.

Para a natureza como um todo, somos apenas mais uma espécie, nem a melhor nem a pior, apenas mais uma, que por algum motivo um dia vai se extinguir. Talvez a única diferença entre nós e as outras espécies extintas é a de que teremos consciência do nosso fim, ou a de que provocamos o nosso fim. Após a passagem do homem pela Terra ela vai continuar seu curso, pois a capacidade de mutabilidade da natureza é infinita.

domingo, 3 de abril de 2011

Uma passividade compulsiva

Acordar no dia errado, se sentir fora do mundo, sozinho, perdido, como se todos que você ama estão distantes e se esquecendo de você. Aí você começa a lembrar de todos que foram ou são importantes para você, onde estão? Como estão? Lembram de você, de quando você fazia parte de suas vidas? Quando as coisas acabam sentimos falta, mas depois que passou as pessoas sabem que as amei, que gostei de estar a seu lado se nunca disse isso a elas? É como estar à beira de um precipício a um passo e não conseguir dar esse passo, pular, se jogar, se deixar cair, não por medo, não! Por passividade, sem medo, só sem coragem, com vontade de se jogar, mas sem atitude, o passo derradeiro não ocorre e fico na beira do penhasco. É tão difícil quebrar a barreira, não que não enfrente o que acontece comigo, se a dificuldade ou a felicidade se choca comigo eu a aceito, eu a enfrento, até tenho sucesso, mas sem correr atrás pra merecer, por que é tão custoso, tão complicado.... Assim parece que as conquistas não são tão conquistas, são obras do destino, seu valor parece que é menor, mais sem valor. Poucas vezes quebrei a barreira da passividade, quando quis vir pra cá, e quando te disse “te amo” . É um momento de dor intensa, de sofrimento e angustia terrível, mas é como se atirar em um precipício se tem a sensação de estar voando, mesmo que o impacto da queda te custe a vida, o vôo vale a pena.